DO AMOR NAVEGANTE
Porque não está o Amado no Amante
Nem o Amante repousa no Amado,
Estende o Amor suas velas castigadas
E afronta a face do mar trovejante.
Chora o Amor em seu navio errante
E à tormenta livra seu cuidado,
Porque são dois: Amante desterrado
E Amado com perfil de navegante.
Se fossem um, Amor, não existiria
Nem pranto nem navio nem distância
Apenas a beatitude da açucena.
Ó amor sem remo, na Unidade gozosa!
Ó círculo apertado da rosa!
Com o número Dois nasce a pena.
Leopoldo Marechal
Tradução em português do http://clatuveratanictu.blogspot.com.es/